"Não perca o resto do tempo
que ainda te resta.
Não perca tempo pensando
que a vida não presta.
Certas canções duram pouco,
outras são eternas."

Bom, hoje conversando com alguns alunos surgiu um assunto: profissão!

Tem uma hora na vida que você tem que escolher a sua, pode ser por necessidade, por dinheiro, por pressão, por tantas outras coisas... até mesmo pela sociedade em que vivemos nos forçar a escolher um caminho a seguir, mesmo quando nem sabemos se é o que realmente queremos.
E como escolher essa "coisa" que vai nos acompanhar por muitos e muitos anos da nossa vida?

A resposta pode ser a mais simples: a famosa frase, "trabalhe com o que você ama, para nunca precisar trabalhar".... fácil né? Na verdade NÃO se o que você ama fazer é dançar!
Mas posso dizer à todos os dançantes da vida que foi a melhor escolha que pude ter feito... apesar do salário não ser tão bom, a maioria das pessoas não valorizarem o trabalho, as pessoas quererem se aproveitar de você e tudo mais, VALE A PENA! vale a pena acordar com disposição de fazer uma obrigação, vale a pena você tirar sorrisos das pessoas, vale a pena você conseguir se expressar melhor, você ver um lindo resultado, e mais ainda um maravilhoso processo de desenvolvimento, vale as dores, o cansaço, a pressão, e até viajar todo dia pra ter tudo isso (no meu caso), vale a pena conseguir espalhar danças mil e criar amantes dessa complexa arte. Vale a pena se você ama!

Então mergulhem nesse universo, percorram galáxias e desvendem todos os mistérios do corpo...

Dinheiro, fama, glória? talvez você não tenha... Mas a felicidade e satisfação é garantida!

O que nós precisamos é de amor!
"All we need is love"

beijos à todos meus alunos... aos que vão continuar nessa caminhada dançante e também aos que vão seguir outras paixões... Pro JU

Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas coisas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quer ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe
Arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes

Tatuagem
Chico Buarque

eu adoro muitoooo!

Bom, há algum tempo eu não pensava assim, mas talvez pra tudo haja um por que... por que não deu certo? por que essas coisas acontecem comigo? por que tinha que ser assim? por que estou sofrendo tanto? por que tenho que passar por isso? Talvés para todas essas perguntas que nos fazemos haja uma resposta. Destino? Não sei.... Sei que de alguma forma as escolhas que fazemos na vida nos levam à situações, lugares, percursos... e que não importa o trajeto, pode ser curto ou longo no final de cada fase existe sempre uma resposta para todas as perguntas, e a vida continua assim, por ciclos que as vezes se encerram, as vezes precisam ser encerrados ou as vezes acontece apenas um pausa. Cabe a nós sabermos julgar quando essa mudança acontece e conseguir sentir as respostas que estão dentro de nós.

Ju

Estou mais viva: embriagada
Bêbados e loucos é que repensa, a carne o corpo
Vastidão e cinzas. Conceitos e palavras
Como convém a bêbados grito o inarticulado
A garganta candente devassada
Alguns se ofendem. As caras são paredes...
A noite é um infinito que se afasta. Funil. Galáxia.

Hilda Hilst.

Meu corpo é máquina de sonhar.
Todos os meus gestos, palavras e olhares
são extensões deste sonho.
E quando saio à rua, tal Bernardo Soares,
carrego neste corpo tristonho
uma alegria que não cabe.
Tudo o que toco
seja com os olhos, o ouvido ou o tato
passa a fazer parte do meu corpo.
O som o ar os postes
tomam lugar nas hostes
desta máquina de sonhar.
Meu corpo é máquina
e com ele sonho pelas ruas,
e se me pedem um trocado no sinal
posso dar ou não, dependendo do que sonho no momento.
(O sonho tem suas próprias leis,
está sempre em movimento)
E quando volto para casa
sonhando baixinho
ainda te encontro no meio do meu caminho
como se morássemos na mesma cidade.
Meu corpo é máquina de sonhar teu corpo
em alta velocidade.

Fernando Pessoa